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Nova proposta de tributação preocupa investidores e afeta desempenho da bolsa brasileira

     O início de 2025 vinha sendo positivo para a Bolsa brasileira, mas um novo projeto do governo federal trouxe incertezas que frearam o otimismo. A proposta visa substituir o aumento do IOF por um modelo que unifica a tributação de investimentos em 17,5%, o que pode tornar a renda variável menos atrativa, especialmente para o investidor local.

Atualmente, investimentos em ações pagam 15% de imposto sobre o ganho de capital, enquanto aplicações de renda fixa seguem uma tabela regressiva que varia de 22,5% a 15% conforme o prazo. A proposta elimina essa diferenciação, tornando o investimento de longo prazo menos vantajoso, o que pode desestimular a alocação em ações.

Embora operações de day trade possam se beneficiar com uma leve redução na alíquota (de 20% para 17,5%), o impacto geral tende a ser negativo. A mudança é vista pelo mercado como mais uma sinalização de instabilidade fiscal, uma vez que o projeto não inclui contrapartidas em cortes de gastos.

Na segunda-feira (9/6), o Ibovespa caiu 0,3%, fechando aos 135.699 pontos. Apesar de a queda não ser tão acentuada, o volume financeiro negociado ficou abaixo da média, refletindo o clima de desconfiança. O dólar, por sua vez, recuou 0,14%, cotado a R$ 5,56 — o menor valor em oito meses.

Com a proposta em debate e a ausência de ajustes nas despesas públicas, aumenta a percepção de risco fiscal. Isso afeta diretamente a relação entre risco e retorno, fator crucial para o investidor em renda variável. Caso a proposta avance, o Brasil pode ver uma migração de capital para outras modalidades de investimento — ou até para outros países.

 

Fonte: Fontes: B3 e Valor PRO | Elaboração: Valor Data




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